Sentimentalismo barato
Ele via como um mero sentimentalismo barato
Enquanto ela queria manifestar o que a alma gritava
Ao ponto de não enxergar o quanto ele não merecia
E usava de todo o seu poder persuasivo para desmerecer
Menosprezando os sentimentos da incessante garota
Talvez ele não sentisse o quanto a machucava
Mas também não deu importância em descobrir
Ainda assim ela se contentava com migalhas banais
No fundo não era culpada por sua lamentável cegueira
Aquele abuso psicológico era invisível aos seus olhos
Todas as humilhações disfarçadas de sinceridade
Talvez nem ele percebesse o grande mal que causava
Ou ela somente preferia acreditar nessa duvidosa hipótese
Era inegável que as palavras dele ignoravam o estrago
As atitudes só enfatizavam a sua constante manipulação
Com uma mão ele a fazia acreditar na verdade do seu afeto
Ao passo que a outra ferozmente sacudia suas convicções
E de tanto ser chacoalhada ela finalmente acordou
Sua sanidade ferida exclamou pela libertação
E a arrancou da prisão abusiva do próprio querer