Abandono
As tardes bonitas se vão, fico triste, melancólico
Não sei por quê elas não permanecem
Por que elas nos abandonam?
O céu de um azul maravilhoso terá fim
Nunca mais voltará
Solitário, pleno silêncio, admiro os urubus
Sobrevoando lentamente
Em círculos
Enquanto nuvens deslizam banhadas pelo sol
Silêncio em volta, o coração é paz
Minha alma dormente
Eu, a pensar: esta tarde irá embora
Não mais a verei
E fico pensando, olhando, degustando a tarde
O céu, urubus, nuvens, vento a me beijar o rosto
Suavemente...
Bem, outras tardes virão
Sim, virão
Não como esta
Esta que me inspirou
E fez-me escrever estes versos.