QUARENTENA

Saio do quarto para espairecer

Vou à cozinha, onde se aninha

As coisas que dão para comer.

Eu bem gordinho, uma gracinha

Vou para para sala, ligo a tevê

Para ver se o mundo tá na linha

Ali no sofá, passa a minha vida.

E olha que tenho é muita sorte

No jornal, anunciam as mortes

Enquanto em Brasília, as brigas

Seguem, e o governo persegue

Qualquer um que o contradiga

Na tevê, ministro e demissão

Um foi embora, pediu para sair

E o que ali ficou, não aguentou

Em pouco tempo o balde chutou

Saiu sem nenhuma explicação

Fez as malas e seu rumo pegou

O jornal anuncia, primeiro morte

Depois a política, já sem chefia

Não faz nada e o Brasil definha

No sofá deitado, eu tudo vendo

E nada daquilo eu entendendo

Sinto fome e volto a cozinha

Nilson Rutizat
Enviado por Nilson Rutizat em 16/05/2020
Código do texto: T6949045
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