Tempos secos
Estar aqui em meio ao deserto
E não ver nenhum rio
Seguindo seu fluxo
É como estar vivo e não pensar
Vejo caminhos secos
Onde havia abundância
Onde fervilhava a vida e a alegria
Onde se podia se encontrar as flores mais raras
E onde tudo isso foi parar?
Do dia para a noite
O rio se transformou em deserto
E a vida se esvaiu
Como um sopro de vento
Luto a cada dia
Em busca de alimento
Mas o que encontro é apenas secura
E os poucos riachos que me deparo
Já estão no seu limite
E diminuindo a cada dia
O que houve com a vida aqui?
Quando tudo se acabou?
Perguntas sem respostas
Agora caminho em meio a areia
Vivendo de ilusões
E das poucas gotas d orvalho
Que a noite me oferece
Assim garantindo o próximo passo e...
Os próximos quilômetros
Da minha louca jornada
Mais alguns passos à frente
Deparo-me com a terra dura e toda rachada
Abrindo suas brechas
Reconhece quem tem habilidade
Perto daqui ainda há vida
Sinto seu cheiro a sua essência
E a quero mais que tudo
Voltar aos velhos rios
Com suas correntezas fortes
Que me faziam cansar
De tanto me debater neles
Quero minhas flores raras
O cantar dos pássaros no meu jardim
Quero muito que tens para me oferecer
Minha amada imaginação