vil metal
comprei um punhado de liberdade,
a crédito de trechos roubados
de pensadores que já morreram,
escolhendo minha prisão.
quase a um universo de distância,
em uma harmoniosa entropia
apodrecem estruturas
e rompe o vidro...
escorre areia,
corre sangue
e vêem-se ossos
deitados em metáforas e memórias.
toca o alarme enquanto ressoa o metal,
que me prende, me alimenta
e me mantém liberto em meu cárcere,
consequência do seu som e peso.
vendo meu tempo barato,
para comprar com o metal
a então chamada vida,
em um caça-níquel.
o tempo acaba,
correntes e moedas mudam de mãos
com valores distorcidos em semântica...
é plástica a realidade, o tempo e a liberdade.