vil metal

comprei um punhado de liberdade,

a crédito de trechos roubados

de pensadores que já morreram,

escolhendo minha prisão.

quase a um universo de distância,

em uma harmoniosa entropia

apodrecem estruturas

e rompe o vidro...

escorre areia,

corre sangue

e vêem-se ossos

deitados em metáforas e memórias.

toca o alarme enquanto ressoa o metal,

que me prende, me alimenta

e me mantém liberto em meu cárcere,

consequência do seu som e peso.

vendo meu tempo barato,

para comprar com o metal

a então chamada vida,

em um caça-níquel.

o tempo acaba,

correntes e moedas mudam de mãos

com valores distorcidos em semântica...

é plástica a realidade, o tempo e a liberdade.

Lucas Felix
Enviado por Lucas Felix em 08/05/2020
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