No mais há o silêncio de um homem

No mais há o silêncio de um homem

Diante de sua nudez indelével

O corpo sem cascos ou escamas

Jaquetas de couro ou fardão

Janela, casaca ou farda

Osso após osso

Carne e couro

Se desenham

Qual o destino dessa carcaça

Mudez muda e sutil

Sem querelas e querenças

Só o corpo desenhado

Silhuetas de Arquimedes

Pássaro sem penas

Sem sonho ou delírio

Em sua nudez o homem

É só o que pode ser

Ele mesmo e ainda assim

Diante da mesma dúvida

Quem é esse ser, a quem chamam homem?

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 30/04/2020
Código do texto: T6933491
Classificação de conteúdo: seguro