No mais há o silêncio de um homem
No mais há o silêncio de um homem
Diante de sua nudez indelével
O corpo sem cascos ou escamas
Jaquetas de couro ou fardão
Janela, casaca ou farda
Osso após osso
Carne e couro
Se desenham
Qual o destino dessa carcaça
Mudez muda e sutil
Sem querelas e querenças
Só o corpo desenhado
Silhuetas de Arquimedes
Pássaro sem penas
Sem sonho ou delírio
Em sua nudez o homem
É só o que pode ser
Ele mesmo e ainda assim
Diante da mesma dúvida
Quem é esse ser, a quem chamam homem?