Despojado


É inerente a tudo,
irreverente ao objeto,
à posição por despeito tomada,
quase até desclassificante.
Mas as vezes as paixões,
o fervor faz da vida
quase que um brinquedo
sem rodas, nem plásticos.
São de formas humanas,
corre sangue, bate e rebate uma,
talvez duas máquinas
alimentadas pelas coronárias.
É um longo passeio de dúvidas
tonificadas pelas certezas,
pelo ar que se respira,
pelo sono, cansaço, trabalho,
pela fome, o apetite no sexo oposto.
É um brinquedo de vida;
se perde, ganha,
acorda-se para um novo dia,
outra esperança, a mesma talvez.
Existe um amor trancado,
o brilho da criança... A filha amada,
a armada para o combate.
E no peito bate e rebate
pela irreverência da vida,
inerente a tudo.