MUUUUUUULHERES
MUUUUUUULHERES
Através de Eva, a primeira,
O fantasma de Satã inseriu-se
Na espécie recém criada. A maçã
Da criação tornou-se amaldiçoada.
A ambição e a culpa fluíram
Da perversa transgressão Eva/Fedra
Catástrofes coletivas surgiram
O Dilúvio e todo tipo primitivo
De fome, seca, pestes e vírus.
Sem elas na atualidade do agora
Como poderiam haver Brigue-Brother
Fátima e Ana Maria Bernardes???
“Toda mulher é algo desnorteado”.
A frase de Lacan, a peça de Racine
Definem a Gênese do sofrimento
Angústias geradas pelo fantasma
Bruxas e tiranos das fábulas da noite
Terrores imaginados por Pandora.
O ventre, a Caixa e seus malefícios
Nela habita o Inconsciente Coletivo
A invadir corações e mentes a dormir
Sobre o travesseiro do vírus original.
Eva/Fedra abriram o túnel Portal
Por essa fresta primitiva penetraram
Os agentes colecionadores do caos
O humano tornou-se fruto nativo
Bússola sem ponteiro natural.
O homem tornado ridículo instrumento
Das prisioneiras das trevas e do pó
Empoderadas pelos cosméticos escondem
O sepulcro caiado: ossos tripas e nós.
O Filho do Homem ignorado na cruz
Das demandas do poder econômico
Há pressa nas flores do mausoléu
Elas murcham rápido como as faces
Enfeitadas no bordel.
Psicoses, perversões normativas
E a grande cisão moral, psíquica
Tornou-se real idade a clivagem
Inquietude da despersonalização.
A vida cotidiana indefesa agora
O Inconsciente invade de fora
O interior e o exterior virótico
O grande útero do leito materno
Todas configurações do Inferno.