MUUUUUUULHERES

MUUUUUUULHERES

Através de Eva, a primeira,

O fantasma de Satã inseriu-se

Na espécie recém criada. A maçã

Da criação tornou-se amaldiçoada.

A ambição e a culpa fluíram

Da perversa transgressão Eva/Fedra

Catástrofes coletivas surgiram

O Dilúvio e todo tipo primitivo

De fome, seca, pestes e vírus.

Sem elas na atualidade do agora

Como poderiam haver Brigue-Brother

Fátima e Ana Maria Bernardes???

“Toda mulher é algo desnorteado”.

A frase de Lacan, a peça de Racine

Definem a Gênese do sofrimento

Angústias geradas pelo fantasma

Bruxas e tiranos das fábulas da noite

Terrores imaginados por Pandora.

O ventre, a Caixa e seus malefícios

Nela habita o Inconsciente Coletivo

A invadir corações e mentes a dormir

Sobre o travesseiro do vírus original.

Eva/Fedra abriram o túnel Portal

Por essa fresta primitiva penetraram

Os agentes colecionadores do caos

O humano tornou-se fruto nativo

Bússola sem ponteiro natural.

O homem tornado ridículo instrumento

Das prisioneiras das trevas e do pó

Empoderadas pelos cosméticos escondem

O sepulcro caiado: ossos tripas e nós.

O Filho do Homem ignorado na cruz

Das demandas do poder econômico

Há pressa nas flores do mausoléu

Elas murcham rápido como as faces

Enfeitadas no bordel.

Psicoses, perversões normativas

E a grande cisão moral, psíquica

Tornou-se real idade a clivagem

Inquietude da despersonalização.

A vida cotidiana indefesa agora

O Inconsciente invade de fora

O interior e o exterior virótico

O grande útero do leito materno

Todas configurações do Inferno.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 23/04/2020
Reeditado em 21/07/2020
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