ESPELHO DA FONTE
ESPELHO DA FONTE
O espelho da fonte, reflete o belo ocaso,
enquanto prenuncia o rouxinol
em suave canto,
o fim da tarde.
A noite assim, não vem ao acaso,
também espelhar-se
na água da fonte como um encanto.
Sai o reflexo do ocaso,
e a lua agora banha-se na fonte corrente,
alumiada pelo sol,
que se distingue no escuro da noite
como estrela brilhante.
O sol pereniza sua luz cósmica,
junto com outras
estrelas irmãs,
que certamente espelham-se
em diversas fontes fluentes
sobre as superfícies
dos orbes iluminados.
Talvez este poema esteja imitando
os espelhos poéticos de Borges,
que, apesar da cegueira
irreversível,
usava a visão espiritual
para percorrer os inúmeros
labirintos, de suas portentosas
criações literárias.
Mas não há quem escreva, sem antes
ler, para aprender a escrever,
os gênios da literatura universal.
Os prodígios da admirável
arte de escrever.
Cada um traz em si,
bem como aprende, aprimora
a forma, a emoção estilística
de expressar-se.
E cada um constrói, detém,
semeia a fonte de suas inspirações,
através dos textos escritos,
deixando o legado
de seu gênio intelectual,
expresso no espelho da fonte,
onde se aprecia
e se valoriza suas obras indeléveis.
Adilson Fontoura