Corações mornos e velhos e murchos
Em alguns de nós
o coração envelhece mais cedo
e já não suporta mágoas
tampouco pequenas tristezas.
Uma decepção qualquer,
que seja um tropeço de nada,
já o deixa lento,
já o amorna,
já o enruga.
Entregamos assim, jovens,
o coração morno à terra
Onde termina e congela.
E um rizoma amplo se forma
com outros tantos corações
mortos e
velhos e
murchos.
E daí erigimos
todas as dores do mundo,
todas as decepções
e morrem mais que corações:
Filhos, amantes, lembranças...
Todos enterrados,
esquecidos,
frios
e velhos
como se nunca antes
tivessem sido
intocáveis.
Fhilipe
11 de abril de 2020
Santa Fé do Sul