A LINGUA DA POESIA

A LÍNGUA DA POESIA

A língua da poesia me revela,

o esboço de mais um poema;

vejo-o do parapeito da janela

como um atrativo,

sem nenhum dilema.

A língua da poesia,

influi-me abordar acerca

de algum tema

que ache interessante,

enquanto contemplo no céu noturno,

o brilho cintilante de alguma estrela,

admire no cerrado,

o porte altivo da seriema,

ou veja na praça, cuidando de sua arte,

o pintor de aquarela.

A língua da poesia e o seu amor

pela arte poética.

Anima o poeta, para que faça versos

sobre a claridade do dia

enquanto o sol não se esconde.

E do dia reste apenas

o ocaso no horizonte,

ostentando sua beleza crepuscular.

Da língua da poesia

brotam os meus poemas circunstanciais.

Posso estar debruçado

sobre o parapeito da janela;

posso estar deitado sobre a cama;

posso estar sentado no sofá;

posso estar andando na rua; posso

estar banhando-me; posso estar

almoçando; posso estar num bate-papo

habitual com minha esposa,

ou eventual com algum amigo,

ou então, voando em minhas projeçoes

astrais, a língua da poesia está viva

em mim, faz parte de mim,

jamais se separa de mim, influindo-me

poemas, ora como alma encarnada,

ora como espírito desencarnado.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 18/04/2020
Reeditado em 21/10/2020
Código do texto: T6920824
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