TERRA SILENTE

O relógio girou e o cronômetro de incertezas acordou,

E dentre os sonhos de um destino aves da morte agourou,

Estamos resistindo a despertar enquanto nos embriagamos em medo,

E agora de que vale manter um segredo?

Mas para quê tanto desespero se nunca soubemos,

Na verdade, quantos dias ainda teremos,

Mas isso nunca nos levou a renunciar,

A vida que todo dia insiste em recomeçar.

Dividido entre tremores e temores eu me pus a orar,

Gastando o fôlego que ainda me sobra entre cada respirar,

A Terra girou surpreendendo cada previsão,

E de repente toda verdade não passava de mera ilusão.

Para onde estamos indo?

Alguns chorando e outros sorrindo,

Sozinhos ou acompanhados,

Tentando ser tudo, menos desesperados.

Ouça a música da Terra que outrora silente,

Agora diz coisas permanecidas latentes,

E o soberbo agora entende ser gente,

Que o pó da terra não pode evitar.

Então ouça os ventos do fim da noite,

Sinta o carinho e esqueça o açoite,

Ouça a música da Terra que outrora silente,

Agora diz coisas permanecidas latentes.

Sinta gente, seja gente que sorri contente,

Ou chora sem saber explicar,

E na esperança sendo insistente,

Enquanto existir um hoje para respirar.