DESTINO DE ESCREVER POEMAS
DESTINO DE ESCREVER POEMAS
Sigo o meu destino:
talvez seja só o de escrever pela vereda
da inspiração da alma, que oculta
a poesia num breve instante,
enquanto não se insinua pela palavra revelada
na construção do poema.
Outrora o destino me fazia brincar
com a palavra, como uma criança inventiva;
que sentava na beira do rio
detendo a poesia que dele emergia;
imaginando os peixinhos multicolores
engolindo algas ribeirinhas;
mas que ainda não tinha a percepção
exata de juntar palavras,
a não ser qual brinquedo em sonhos pueris.
O tempo passa, como andante insaciável.
Parece que carrega o meu destino
de ser um artesao adulto,
exercendo o prazeroso ofício de fazer poemas;
o brinquedo agora, faz parte
de um sonho real; mas a criança
casualmente aparece em lembranças oníricas.
O fazer poético continua sendo nutrido
pelos vestígios da criança sonhadora, que influi
o adulto a brincar com o que o destino
lhe reserva, no âmbito da escrita artística.
A vereda por onde o destino me conduz
é a da alma eterna. Segue assim, por essa senda
infinda, a minha alma, deleitando-se
com o uso semântico da linguagem escrita
eternizada. São tantos os destinos, outrora
vivenciados pela minha alma, que não tenho
como os listar, posto que, ficam
arquivados na memória espiritual
das encarnações passadas. Mas, seguramente,
o destino que mais me cativa
na encarnação vigente,
é, sem dúvida, o de escrever poemas.
Adilson Fontoura