DESTINO DE ESCREVER POEMAS

DESTINO DE ESCREVER POEMAS

Sigo o meu destino:

talvez seja só o de escrever pela vereda

da inspiração da alma, que oculta

a poesia num breve instante,

enquanto não se insinua pela palavra revelada

na construção do poema.

Outrora o destino me fazia brincar

com a palavra, como uma criança inventiva;

que sentava na beira do rio

detendo a poesia que dele emergia;

imaginando os peixinhos multicolores

engolindo algas ribeirinhas;

mas que ainda não tinha a percepção

exata de juntar palavras,

a não ser qual brinquedo em sonhos pueris.

O tempo passa, como andante insaciável.

Parece que carrega o meu destino

de ser um artesao adulto,

exercendo o prazeroso ofício de fazer poemas;

o brinquedo agora, faz parte

de um sonho real; mas a criança

casualmente aparece em lembranças oníricas.

O fazer poético continua sendo nutrido

pelos vestígios da criança sonhadora, que influi

o adulto a brincar com o que o destino

lhe reserva, no âmbito da escrita artística.

A vereda por onde o destino me conduz

é a da alma eterna. Segue assim, por essa senda

infinda, a minha alma, deleitando-se

com o uso semântico da linguagem escrita

eternizada. São tantos os destinos, outrora

vivenciados pela minha alma, que não tenho

como os listar, posto que, ficam

arquivados na memória espiritual

das encarnações passadas. Mas, seguramente,

o destino que mais me cativa

na encarnação vigente,

é, sem dúvida, o de escrever poemas.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 14/04/2020
Código do texto: T6917135
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