RESSURREIÇÃO - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros
RESSURREIÇÃO - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros
Todos os dias alguém vem e te assassina...
Tu não te importas, pois és tão superior,
Que basta apenas uma fé bem pequenina,
Que ressuscitas e dás vida ao nosso amor.
Morres na mão que se estende e ninguém nota,
Morres no dedo que comprime algum gatilho,
Morres no pai cuja opção é sempre a rota
De abandonar à solidão, o próprio filho.
Morres naquele que renega quem o ama,
Morres na trama que acusa um inocente,
No miserável que faz de um jornal a cama,
No preconceito que despreza um indigente.
Tu observas cada tolo transgressor
Que se desvia do caminho que ensinaste,
Mas que se volta, quando sente alguma dor,
Como uma flor, que com amor, tu semeaste.
E logo estendes tuas mãos iluminadas
A cada um que necessita de carinho
Ou que se perde na penumbra das calçadas,
Por se sentir amargurado e tão sozinho.
Estás tão próximo de cada um de nós
E és tão humano, generoso e complacente,
Que mesmo quando não ouvimos tua voz,
Cuidas de nós com teu amor onisciente.
Todos os dias, quem te ama te resgata,
Em comunhão com cada irmão, pregando a paz,
E é assim que cada dor mais insensata
De quem te mata, pouco a pouco se desfaz.
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