AMBIVALÊNCIA
Viajo entre o eterno e o agora
Habito a lucidez e a loucura
Não sei se é poema ou prosa
Perambulo pelas fases da lua
Atravesso os portais da existência
Num incessante partir e chegar
Estabilizo-me sobre a ambivalência
De um errático-sóbrio andar
De conflito em conflito eu flerto
Com a certeza incerta de ser
De incertezas, certezas espero
De saber o que não posso saber
Um choro, uma queda, uma sombra
Um sorriso, a redenção, uma chama
O futuro que tanto me assombra
E essa voz maviosa que chama.