FINGIR OU NÃO FINGIR, EIS A QUESTÃO
(Sócrates Di Lima)
Fingimento,
Um ato de comportamento!
Creia, penso que não minto,
É ato completamente
reverso do que sou
e do que sinto.
Se amo digo que amo,
se estou triste digo que estou,
se choro digo que choro,
se odeio digo que odeio,
não finjo, chamo.
A poesia é um relato,
um retrato abstrato
da alma do poeta.
O contraposto,
é quem diz que não quer amar
mas no fundo se sua alma dispuser
quer ter seu maior amor,
quer amar como nunca amou
a alma do ser que quer.
E então até pode fingir,
que não quer amar
quando sua loucura é sonhar
com seu eloquente fervor,
e sem o menor pudor.
Triste é quem foge do amor,
disfarçando seus desejos
mas não se esquece dos beijos,
e se submetendo desnecessariamente
na sua mente,
a uma inexistente dor.
Quem foge do amor,
finge ser feliz,
tem medo de sofrer do que diz,
e tem em si pavor,
por uma dor fictícia
com imperícia
que o seu coração cria,
na covardia
de fugir do amor.
Ame o seu poeta
porque na certa,
nas entrelinhas,
é um ser maduro,
sabe o que quer
e sabe administrar seu amor
e o amor da sua mulher,
pra faze- lo durar para sempre.
E na verdade,
não é o poeta que finge uma saudade,
é a saudade que toma o poeta
É talvez, quem na maldade,
diz que não quer sonhar
e foge da vida
se faz perdida
justamente porque quer amar
e finge não querer
nem merecer,
esta alegria se a realizar.
O poeta na verdade,
não finge caridade,
mas, as vezes finge,
como a marca de uma esfinge,
Que NÃO sente dor,
finge porque lhe convém,
a dor que na alma tem.
Se quer afastar então afaste
Se quer fugir então fuja
Se quer dizer adeus, então diga
Não finja para não sofrer
Pois o amor não é sofrimento
tão pouco um tormento.
E eu queria amar, deveras,
talvez,
nem que fosse você, pela última vez.
Entretanto,
E sem o menor espanto,
Neste doce e fingido caminho,
Por certo,
Não se ama sozinho!