ISOLAMENTO
Hoje, a saudade comigo veio morar
Estou sozinho;
Perdido no meio de tanta gente
Recluso em um ambiente
Que outrora era livre.
Meu olhar contempla às grades
Invisíveis que me aprisionam
Nos cantos dos meus caminhos;
Nos recantos do meu coração.
Ah, hoje somos todos ausentes
De um presente coletivo
Que nos afasta uns dos outros.
Sinto a falta do aconchego
Da mulher amada;
Dos beijos carinhosos dos meus rebentos;
Dos fraternos abraços dos amigos.
O tempo lentamente vai passando,
Aos poucos me consome;
De repente percebo
Que tudo à minha volta parou.
Os pássaros já não mais cantam
Nas ensolaradas manhãs;
As tardes adormecem mais cedo
Antes do pôr do sol.
A noite perdeu sua nobreza
As estrelas não brilham mais,
E a eterna namorada dos amantes
Adormeceu nos braços da madrugada.
As folhas secas do outono
Perambulam pelas ruas desertas
Levadas pela suave brisa
Trazida pelo silêncio noturno.
Quanto a mim! Perdi à minha liberdade
Estou confinado com os meus;
Sou um prisioneiro da vida.