ESPELHO INTIMO

ESPELHO ÍNTIMO

Retiro também

poesia

de minha tristeza,

que,

sendo breve,

vai-se no vento.

Canto-lhe, então,

o que lhe resta

de tormento;

não quer ir

com o vento,

mas, não

mais me serve.

Nesse caso,

logo

lhe excluo

pra longe de mim,

impureza!

A tristeza,

se me existe,

ocorre-me

num breve instante,

em que

as horas passam

por mim,

livrando-me

das más energias.

Como um espelho

no tempo

transitório,

que reflete

minha situação

angustiante.

De alma

que luta

pra tornar-se

menos impura

no decurso

contínuo

dos dias.

O que me sobra

desse canto

dorido

de triste beleza,

vou deixá-lo

esquecido

nos passos aflitos

das horas

desertas...

Outro vento

me trará

um novo canto,

no qual

a sutileza

poética

vai emergir

de meu espelho

íntimo, quais

alegres ofertas.

E assim,

a poesia

me inspira

menos tristeza

e mais alegria.

Fico atento

ao teor

dos sentimentos

nas horas

andantes.

Retenho

no espelho

íntimo,

a luz

que me traz

a ventania

benfazeja,

para que

o meu canto

seja sempre

uma plêiade

de versos

edificantes.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 31/03/2020
Reeditado em 19/11/2020
Código do texto: T6902254
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