Às vezes
Às vezes,
Quando me perguntam quem eu sou
De onde venho
E o que faço aqui
Fico em plena dúvida
Tudo revira dentro de mim.
Às vezes, chego a ser o meu doutor
E pergunto onde é a dor?
No corpo ou na alma?
“Às vezes sou o policial que me suspeito
me peço documentos e mesmo de posse deles”
ainda tenho dúvidas,
quem eu sou?
Ser verdadeiramente eu
Numa fina e pura sociedade hipócrita
É expor os sonhos e a vontade de dizer: Somos um só povo!
Temos lutas e sentimentos binários
Somos feitos da mesma vontade
De energia e calor,
Às vezes,
Somente às vezes, temos vontade
De estar em sintonia com a nossa ancestralidade.