REDENÇÃO NAS SERRAS
Quero quero-quero nos gramados,
Fêmea afoita
Que pernoita
Nos cuidados dos filhos amados.
Sabe-me sabiá-laranjeira
Oculto sob galhos nas manhãs,
Um cantar pela vida inteira,
Fazendo da vida salva e sã.
Desejo ser como o joão-de-barro
Arquitetando do chão ao teto
Num pendor sempre arquiteto
Simples como flores no jarro.
Almejo a vastidão do céu,
Ser a ave humana que se redime
com benfeitorias, jamais crimes,
Ser continental ainda que ilhéu.