MESTRES DE NÓS MESMOS
Pode ser que exista a dobra espacial
A nos aproximar de outra época
Fazendo que as ondas que transitam
Busquem sintonia em nossa testa.
E eis que, de repente, em nossa era,
Estejamos de novo aqui na Terra
Vivendo como os povos das cavernas
Ou nos tempos da Primeira Guerra.
O medo e o ódio é o que tempera
A farta sopa de ressentimentos,
Que cada dia, nos servem de alimento.
A raiva, bebemos como fosse água,
Em taças repletas de rancor e mágoa,
A nos saudarmos com desprezo e troça.
Envenenados, embriagados e doentes,
Contaminados com torpes argumentos.
Teremos nos tornado feras ou dementes?
Pois acabamos por nos fazer reféns
De tanta ideia que não são as nossas!
Com tantos universos a nossa volta
Acessamos outras dimensões
De onde nos chegam sugestões
De milhões e milhões de entes,
Que vivendo realidades diferentes
Daquela que, cada um de nós, vivemos,
Estarão a influir em nossas mentes?
Para mudar padrões haverá tempo?
Nem que seja um só apenas
Esquecendo nossos julgamentos,
Confrontações de pensamentos,
Retaliações, afrontas e ofensas?
Saberemos vibrar noutra frequência
Diferente daquelas de costume?
Uma outra, que nos ponha frente a frente
Com o que se afina nosso pensamento?
Identificados com cada coisa e tantas
Que só por existir já nos cativa e encanta?
Poderemos soar em nova sintonia?
Como se na mente nossas energias
Vibrassem ao som de doce sinfonia?
Teremos essa vontade? E quanta?
Quem sabe,
Se mergulharmos bem no fundo
Deletando, um a um, veloz,
Padrões inconscientes, os quais
Em nós habitam, há tanto, tanto,
Que fomos recebendo, daqui, dali,
De quantos um dia se chegaram a nós.
Buscando aquilo a que façamos jus
Aquilo que equilibra e cura
O que nos libera da tristeza escura
Aquilo que em nós seja verdade e luz.
E que saibamos em nosso meio
Viver em paz e conviver felizes
Não só com o que nos dê dinheiro
Tendo poder ou reconhecimento
Mas fazendo o que se harmonize
Com nossos mais claros pensamentos
Com nossos melhores sentimentos
E nos levem a realizar nossos anseios...