Hora do Poente
As vozes do Universo nos convidam a um ciclo de recolhimento: A Vida física se recolhe e a vida metafísica se expande. É um excelente momento para mergulharmos dentro de nós mesmos e criar plantações, cujos frutos sairemos ao mundo para distribuir posteriormente.
Em tempos como este, quando a vida nos põe diante de uma crise, é nestes tempos que o tipo de ser humano que somos é o que mais importa. Em tempos normais toda falha escapará, mas é quando a crise nos atinge, que o tipo de ser humano que somos se torna a coisa mais valiosa. É quando temos que decidir se somos seres humanos ou criaturas humanas.
Se somos seres humanos, é fundamental saber como sê-lo: a prudência é vital, a solidariedade é vital. Que possamos estar conscientes de que a força das circunstâncias podem nos ajudar a fazer o necessário para atingir aquilo que a natureza humana demanda.
Se somos criaturas humanas, vamos facilmente sucumbir às compulsões e ao egoísmo, instaurando no mundo um “salve-se quem puder” com consequências catastróficas.
Sim, é hora do poente. Mas a nossa consciência não deve ficar em quarentena, há que se inundar o mundo, tocar cada ser em sua mais profunda essência, lá onde somente o Criador Supremo pode nos conceder livre acesso.
Provavelmente, ao longo de nossas vidas, esse fato histórico terá sido um dos mais significativos por nós presenciado. Gerações futuras irão nos julgar pela dignidade, lucidez e generosidade com que soubemos nos comportar diante disso: Demos uma resposta humana à vida? Soubemos ter os cuidados necessários, mas sem ignorar a necessidade dos que estão à nossa volta?
O aspecto mais relevante desta crise para nós, é que o vírus não é transportado por um mosquito, um rato ou outra criatura. Nós e quem somos os vetores. Este fato pode ser um problema ou uma grande vantagem, pois que está em nossas ações a possibilidade de vencer a crise e não permitir que ela nos vença.
Afinal, somos seres humanos ou simples criaturas humanas?
Talvez não tenhamos outra oportunidade como esta para provar ao mundo e a nós mesmos a resposta. Então façamos uso completo disso, dando atenção àquilo que nunca temos tempo para fazê-lo. Vamos utilizar esse tempo!
Façamos ecoar o som duradouro de nossa resposta à esta e outras adversidades que vierem.
Nos recolhamos agora, e que as vidas já tomadas não sejam em vão. Que possamos sair desta experiência como seres humanos melhores e mais completos.
Bom e produtivo poente a todos e todas.