Bel
E o que vai ser amanhã
Ao abrir os olhos,
Quando for caminhar
E me der falta do tempo?
O que fazer amanhã
Se não for mais necessário
O uso de um relógio?
Não haverá mais horário
Não haverá mais, meus momentos...
Reclino-me na poltrona
que não seria mais minha
e me ponho a escrever
Como se, também, minha vida
não tivesse dono ou dona.
Faço dela rimas clichês
e poesias cafonas.
Olho adiante, vejo na escrivaninha
'Que não seria mais minha'
Ferramentas do meu (bel) prazer...
Vou-me à lona.