Estrelas
Chuva, e minha alma chora com ela.
Me sobe uma angústia triste e louca,
Um gemido escapa-me pela boca
E observo meu reflexo na janela.
Meu destino se perdeu na viela
E o que me sobrou foi essa voz rouca.
Um calafrio sobe por minha nuca
Ante a queda, veloz, de alguma estrela.
Pois os corpos celestes vem a terra
Para entre nós, assim, poder viver,
Em tanto descaso, conflito e guerra.
Mas minha alma o oposto que fazer
Num brusco gesto que tudo encerra
E faz meu ser simplesmente reviver.