40 TENA POÉTICA - Luiz Poeta Luiz - Luiz Gilberto de Barros.
40 TENA POÉTICA - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros.
Todos os dias, faço minhas quarentenas
particulares... afinal, sou um poeta
que se distrai com suas dores mais amenas
ou com as suas fantasias prediletas.
Todos os dias, me distraio com o que amo:
nunca conclamo quem se ama... à solidão...
meu coração me faz feliz e eu só reclamo,
quando o que amo é uma sentença de prisão.
Às quarentenas que me dou são inexatas,
só me recolho ao abandono, quando crio,
a abstração de um escritor nunca tem datas,
a inspiração não é só fogo num pavio,
nem é virose inespecífica ou doença
tão implacável que não poupe a vida humana,
é uma bênção... poeta sonha, não pensa,
sua doença é o amor que dele emana.
E quem o lê não contamina, só propaga
a emoção o sentimento, a rebeldia, que contrapõe-se à realidade dessa adaga
Que não afaga a emoção de uma poesia.
A quarentena do artista é o abandono
que ele procura, quando vem a inspiração,
no exato instante inexato em que ele é o dono
da sua doce e mais completa solidão.
Às 20h e 29min do dia 21 de março de 2020 do Rio de Janeiro, confinado nos meus três andares de cores, sons, palavras e formas.
Registrado e publicado no Recanto das Letras - visite-nos.