Metamorfose
Ela chegou-se bem devagar, lentamente,quase se arrastando.
Cheia de pernas, pernas cheias de pelos!
Não pediu permissão, tampouco pediu licença
Subiu a parede de minha casa, parou por um momento, ohou-me, mas nada falou.
Eu também a olhei! Não era uma das mais belas visões,
Uma daquelas paisagem que nos traz encantamento!
Até me veio um pensamento, e se eu o tivesse feito,
Provavelmente teria findado uma notável beleza!
Têm certas coisas que aos nossos olhos e à primeira vista
Parecem ser apenas o que aparenta ser, no explicito momento,
O pensamento só enxerga o superficial.
O dia a dia, o lugar comum, as vezes nos torna um ser de curta visão.
Resolvi sair, e, a deixei ali, pendurada na parede, não que fosse, ela, um belo adorno! Mas as vezes temos que enxergar com os olhos do coração!
Quando eu retornava a sala, já não a via mais,
Pois, eu já tivera puxado a cortina da sala, que a cobria!
Passaram-se alguns dias, e eu nem me lembrava daquela feiura!
Certo dia ao olhar para a cortina me deparei com ela,
Simplesmente bela, de uma beleza impressionante!
Uma grande borboleta colorida, abria e fechava a asas
Pois, acabara de vir ao mundo,
A esse nosso velho mundo, cheio de encantos e desencantos, ora transformada .
Eu a olhei, dessa vez encantado com a sua exuberante beleza!
Ela continuou como se eu não estivesse ali, a observa-lá.
Não durou muito tempo,
E sem cerimônia, ela abriu aquelas coloridas asas!
E em direção a luz, que entrava pela a janela,
Ela voou!