O COVID CONVIDA
Embora algumas vidas passem pela ceifa,
O COVID convida ao asseio familiar.
O minúsculo humilhando gigantes!
Ou ensinando ‘amantes’
À melhor amar.
Um vírus que nos fará olhar para o outro,
Com a atenção perdida no tempo,
E perceber que a saúde alheia é alento
E que as belas cidades, sem ninguém,
É triste e é lamento.
Desse surto,
Talvez o que saia mais higienizado,
Não sejam as mãos,
Mas o coração.
O medo da morte
Reforçando a vida,
E a alheia ferida
A nos fazer chorar.
Nunca, cuidar de ti,
Foi tão marcante,
No significado
De cuidar de todos.
Ênio Azevedo