Faleceram-se os Órgãos vitais

Correm vazios tentando preencher carteira, copo, cinzeiro

Círculo infame vicioso

Andam exaustos

Quase não param pra descansar

Competem corrida com quem só quer caminhar

Alguns não resistem sem o transplante

Mas outros vivem bem sem o coração

Diferentes formas de estar morto

Bebem o fel da existência

Às vezes se banham com ela

Afogando-se, até o último suspiro

Dormem e acordam pra mais uma rotina

Diferentes formas de estar morto

Ou não acordam mais

Faleceram-se os órgãos vitais

De um jeito ou de outro