Enquanto Existirmos
Enquanto Existirmos, seremos sempre assim.
Um estrondo que ecoa no solo,
Um corpo vindo de encontro a mim.
Pode parecer redundância,
Mas nossos olhos não precisam perceber.
Como é doloroso o choro de uma criança.
Como é boçal essa maneira de viver.
Nunca precisamos de poeira adentrando nosso lar.
Não entendo porque meu teto desmoronou.
Já não sei se consigo novamente sonhar,
Se meu grito de agonia ainda não cessou.
Enquanto Existirmos, jamais escaparemos da dor.
Se a ignorância corrompe a vida de nossos filhos,
A quem mais dedicaremos todo nosso amor?
Ao mesmo tempo me prostro a chorar,
Por não ter esperança no futuro.
Meu olhos preferem se fechar,
Para não ver o mundo imergir no obscuro.
Se jamais haverá limites para a intolerância,
E se traçamos um caminho incerto.
Por que ainda cultivar a fé na esperança,
Se não teremos mais quem amamos por perto?
Enquanto Existirmos, seremos consumidos.
Embebidos do mais puro veneno da humanidade.
Enquanto o ódio extermina os esquecidos,
Nós trajamos a carapuça das atrocidades.
Enquanto Existirmos, seremos sempre assim.
É uma poça de sangue que jorra do peito,
É a vida buscando seu último suspiro, indo de encontro ao fim.