Explicação da letra e música como nossos pais, de Belchior.
Meu grande amor, não quero falar o que sou como músico, o mais importante é contar o que vivi, nesta terrível ditadura.
Então vou relevar tudo o que aconteceu, eles venceram, viver é melhor que sonhar, lutar e não esperar.
Amar é muito bom, todavia, ter um canto melhor ainda.
Cuidado meu amor, o perigo está em todos lugares, eles venceram e não temos mais futuro.
Somos jovens, a nação é dos ricos, será estabelecido o capitalismo massacrador dos pobres.
Belchior jamais imanaria que em 2020, através da democracia, 1964 repetiria.
O neoliberalismo substituído o liberalismo econômico, novamente o sinal está fechado.
Com uma diferença fundamental no início do século XXI os jovens pentecostalizados aprenderam a contemplar seus opressores.
Você me pergunta qual é a minha paixão, estou encantado com a nova invenção, referindo a Revolução Industrial, vou ficar nessa cidade não vou voltar para o sertão.
Vejo o mundo transformando, referindo a nova estação, ainda sinto a dor da ferida no meu coração, a tristeza da pobreza do sertão.
Entretanto, o problema do Brasil é a direita no poder, evitando a transformação social para os jovens pobres.
O que foi o golpe de 64, a proibição da renda distribuída, do mesmo modo, a história se repete em 2020.
Na memória da parede a história se consolida, não há outra saída a não ser a luta.
O sinal está fechado o jovem não tem futuro, tal perspectiva dói muito.
No entanto, o que lamento, a repetição da história, tal fato acontece porque não mudamos.
Ainda somos os mesmos, vivemos como nossos pais, qual é o problema, você ama o passado, motivo pelo qual a história se repete, entretanto, os jovens serão miserabilizados.
O novo sempre vem, todavia, você nega o novo, aceita o velho, razão pela qual, eles venceram, hoje seu futuro é ser um pobre coitado.
Ontem liberalismo econômico, hoje neoliberalismo, a história reconstruindo-se na perspectiva do passado, porque somos velhos como nossos pais.
Muito triste perceber que a história voltou em plena contemporaneidade, sendo você a negação do instante.
Somos e vivemos como escravos dos novos dominadores, se você não mudar, os dominadores sempre vencerão.
Por favor mude, ainda é muito jovem, não seja contemplador da opressão.
Edjar Dias de Vasconcelos.