FORA DA CASINHA
O tempo que me resta
Não está nas linhas das mãos
E não vou quebrar promessas
Só para dividir a atenção
Aquilo que se faz
Logo vem a conta
Quando se pensa demais
A viagem se prolonga
Toda escolha tem um preço
E toda fórmula uma solução
Quando o caminho é de gesso
Aguarda-nos um alçapão
Não tenho um sorriso pronto
Mas tem na cozinha café
E para um sujeito bronco
Aprendi usar cada talher
Para uma vida curta
Engolida pelos medos
Não derrapei na curva
A quem confiar segredos
Na mão conto os amigos
E respeito os pontos de vista
Se a confiança é de vidro
A ficção não se arrisca
O pior conselho
Não vem do inimigo
Mas sim do espelho
Que não tem o crivo
E se passei a noite acordado
Não precisa se preocupar
Desculpe o sobressalto
Foi para fugir do sofá