A.N.O.S. (amanhã não ontem sempre)
Longe dos sonhos
Longe de tudo
Longe do mundo
Longe e mudo
Longe de escudo
Longe de mim
Longe de nós
Longe e a sós
Longe e querendo comer noz
Longe até mesmo do algoz
Numa lonjura desconfigurante
Numa lonjura desconcertante
Numa lonjura regurgitante
Numa lonjura sem amante
Numa lonjura assombrante
Lonjura sem nada de edificante
Lonjura entre goles de antiácido e refrigerante
Lonjura até de açúcar e adoçante
E diante dessa lonjura misto de amargura sem fim
Nada mais que a lonjura definhando
O que de melhor ainda resiste bem aqui
Assim meio pura e simplesmente perto
De um jeito mórbido e circunspecto
Serei eu um ser abjeto?