A BORBOLETA
A BORBOLETA
Deixarei
que a borboleta,
com o seu
pouso leve,
me ofereça
a sua alegria
esvoaçante
no limiar da manhã.
Trazendo-me
também em suas
asas coloridas,
o calor
morno do sol
matutino,
que o meu hálito
agora
lhe refresca,
quando
lhe sopro
as asas paradas
por breves
instantes.
Ah, borboleta,
meu coração
já bate
com tamanha
emoção,
porque voce
chega perto
de mim
em qualquer
hora incerta,
e rápido vai-se,
voejando
com a mesma
alegria,
me deixando
atônito,
sem sequer
perceber
a emoção
que lhe envolvia
o andarilho
coração.
Mas ainda vi,
pela sutileza
do voo,
a sua emoção
revelada
nos olhinhos
lacrimejantes.
Sei que vai,
borboleta,
para qualquer
lugar que lhe
agrade,
levando
de novo
o calor do sol
em suas asas,
que ficarão
mais frescas,
quando pousar
em qualquer
galho de árvore
florida
durante a noite.
E, em suas asas,
como se fossem
pétalas
de flores,
vão acumular-se
as gotas
de orvalho,
nutrindo
o seu sono frio,
que irão diluir-se
diante do sol
no novo dia.
Adilson Fontoura