Passarinho semeador
Mais que mil milhas,
Voo distante
E num instante
Descansou no anoitecer
Nada mais foi como antes
Pendões brotaram de repente
E os dias, dali pra frente
Revestiram-se de fantasias
Colorindo mais os dias
E seu fim, no entardecer!
Pássaro livre
Sagrado ventre
Juntadas sementes
Jogadas ao chão
Andantes, outros viventes
Fartaram-se colhendo os frutos
Vingados dentre arbustos
Pela relva enriquecida
Surtida de plantação!
No ciclo vivo refeito
O que foi broto
Botou tronco e fez raiz
No orvalhar o gelo desfeito
Regaram frutos, folhas e flores
Sustentando o bailado dos beija-flores
Pra sintetizar doces odores perfumados
Tornando-me eu, naquele exato momento
O seu mais que atento, novo aprendiz!