NO PRÓPRIO PRÉDIO
Muito comum, moradores do mesmo prédio
Reclamarem das guerras no Oriente Médio.
E aos berros, dizem que respeito é o remédio,
Mas sequer se conhecem.
Moram no mesmo lugar
Usam o mesmo elevador,
Mas não conhecem a dor
Uns dos outros.
Ninguém é de ninguém
Nesse "mundo" fechado,
pois, o orgulho tachado
Os fazem indiferentes.
Bom dia! Boa tarde! Ou boa noite!
Gentileza oferecida ao desconhecido
Quando, por acaso, foi visto pelos corredores...
De repente até em busca de 'amores'
Que não encontra no isolamento.
O vizinho estranho
Corre atrás do seu ganho
O dia inteiro
E quando volta,
Continua estrangeiro
Mesmo cercado de potencial companheiro
Que jamais conheceu
Morando no mesmo prédio que o seu.
Obs. "A paz que alguém procura, jamais existirá, se não tiver início nele mesmo".
Ênio Azevedo