NO PRÓPRIO PRÉDIO

Muito comum, moradores do mesmo prédio

Reclamarem das guerras no Oriente Médio.

E aos berros, dizem que respeito é o remédio,

Mas sequer se conhecem.

Moram no mesmo lugar

Usam o mesmo elevador,

Mas não conhecem a dor

Uns dos outros.

Ninguém é de ninguém

Nesse "mundo" fechado,

pois, o orgulho tachado

Os fazem indiferentes.

Bom dia! Boa tarde! Ou boa noite!

Gentileza oferecida ao desconhecido

Quando, por acaso, foi visto pelos corredores...

De repente até em busca de 'amores'

Que não encontra no isolamento.

O vizinho estranho

Corre atrás do seu ganho

O dia inteiro

E quando volta,

Continua estrangeiro

Mesmo cercado de potencial companheiro

Que jamais conheceu

Morando no mesmo prédio que o seu.

Obs. "A paz que alguém procura, jamais existirá, se não tiver início nele mesmo".

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 21/02/2020
Reeditado em 22/02/2020
Código do texto: T6871386
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