risco, fronteira
rabiscos em potencial,
trêmulos em hesitação
blefam em páginas vazias,
em um desesperado ato de não ser.
o poeta também não é,
nem poderia,
reconforta o vazio da página
e a potência de eternas promessas...
só ecoa a distância
no espaço entre dois universos,
intransponíveis em dicotomia
revezando tempo como dia e noite
prole do acaso
a forja que molda a fronteira
que separa o fio de luz da escuridão,
o antes e o depois.
corpo sem cabeça
quando cai no agora,
enquanto caio fora de mim,
risco uma tentativa de aurora.