Leituras para o coração

No meio da noite,

Levanto.

Abro a última gaveta do armário

E pego de lá uma caixa envelhecida pelo tempo.

Coloco-a na cama,

E lentamente vou abrindo...

Tirando de lá

Sonhos,

Promessas,

Juras de amor,

Palavras que um dia tiveram valor!

Como doem aquelas cartas,

Amareladas,

Envelhecidas,

Manchadas por lágrimas da saudade!

Mas preciso olhá-las,

Tocá-las,

Senti-las!

Esse tempo não volta mais!

São cartas escritas em momentos vãs

Em momentos cuja saudade o fazia escrever...

São cartas suas,

Escritas em tempos de devaneios

Tempos de amor!

Tempos cujo tempo não apaga

Nem a memória esquece.

São leituras para o coração

Leituras que acende o fogo da vida

E me mostram que ainda há tempo para o amor,

Não é ridículo sonhar!