...Minhas agonias!
 
Enquanto a vida segue em mim,
As mãos trazem afeto,
Os pés perseguem sonhos,
Meus olhos, tão abertos,
Flertam, esperançosos,
Um futuro que é tão incerto.
 
A voz que em mim canta,
Paixões acumuladas de reticências,
Vibra em meu coração e
Ouço as rimas poéticas  da vida,
Seja na escuridão da noite,
Onde brilham estrelas ,
Ou do dia que clareia
Minhas agonias!
 
Nestes instantes meus sentidos inversos,
De risos coloridos,
Agarra-se a força da águia
A segurar sua presa
Sem pressa de se deliciar.
E sigo ecoando ao universo
Essa ânsia despudoradamente
Humana em existir!
 
Desperta, numa manhã faceira,
Descortinou-se em minha janela
Sonhos e cantos delirantes que
Sorriem alucinados pela vida
Como imagino o transcorrer do
Rio que sequer sente-se desaguar
No mar de tantas possibilidades!
 
Percebo-me como a água corrente,
Forte, barulhenta e transparente,
Solta nas matas a encharcar
A terra que me trouxe
E que há de abrigar
 No instante em que tudo fenecer
Sem que me dê conta da eternidade
Que ainda hei de percorrer!
 
Vejo-me como um passarinho,
Escondido em seu ninho,
Entregue ao gesto terno
De cuidar de suas asas,
Feridas e partidas,
Sempre crendo que
Voltarei a voar
Na dimensão imensurável
Da Luz divina que me guia
Por onde quer que eu vá!

Liliane Prado
(Exercício Poético)
Liliane Prado
Enviado por Liliane Prado em 10/02/2020
Reeditado em 10/02/2020
Código do texto: T6862750
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