REFLEXÃO
Cotidianamente expõe-se o poeta.
Conta seus anseios e receios,
rima o fracasso e a alegria
na mesma poesia.
Divide seu rubor,
erros do passado,
perspectivas de futuro,
dúvidas de amor...
Por vezes sufoca,
busca reencontrar a euforia,
coragem para o dia a dia;
cala, encerra-se em sua toca.
Na brancura da página
fala de arrependimentos e conquistas,
de um certo conceito a ser reavaliado,
de algo largado a ser refeito.
Transforma tudo em palavras o poeta:
solidão, sofreguidão, agonia,
paixões, sensações, arritmia...
Nas noites de insônia ele engasga.
Depois, pega o papel e rasga.