FLORES ENTRE PEDRAS

A terra é ventre aberto

À espera do arado,

Dos carinhos férreos

Molhados pelo suor

Laboral derramado

Enquanto espera o grande gozo

Troca carinhos com as trepadeiras

Capins e carrapichos

Esperando a semente frutal

Na noite derradeira

Regala-se nos bosques

Nas umidades férteis

Parindo flores e rios

Numa paridade sem fim

E João arou os caminhos

Das marés e da Andaluzia

E entre ressacas

castanholas e ciganas

Lapidou os seus fonemas

(Homenagem a João Cabral de Melo Neto)

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 30/01/2020
Código do texto: T6854272
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