O Tarot
O tarot abre os alicerces do meu peito
Racha meus segredos por puro deleite
Encontra minhas verdades quebrando meu respeito
Arranca minhas certezas de enfeite
Quando o tarot traduz incansável
O que escondo em meu coração inalcançável
Meu cérebro derrete, inviável
Minha alma berra, insaciável
Quando o tarot me mostra
O que, ignorante, cego
Aos olhos do oráculo endeusado
Minha vertente de ostra
Me nego
Endiabado
Me dilacero
Me quebro
A medida que o tarot me mostra
Nas verdades incontestáveis
Todos os pontos abomináveis.
Os Deuses sabem como os dias
têm sido incontáveis
Como a prosa se mostra prazerosa
Entre eu e mim
Dois amantes inseparáveis brindando
Ao amor que foi conquistado
Em meados
De anteontem
Porque o tarot me mostrou
Ensinou, cativou e conquistou
A clareza e a voz do meu espírito
Que em encanto se permite esquecer o ego
E aprender que almas antigas também
Renascencem pelo aprendizado
Que nem os mortos confiam
Em contar aos vivos.