ENTRELAÇADOS
Lá no horizonte
Bem distante
Onde o olhar atinge
Uma cortina de véu
Perfumando todo ar
Uma fumaça abrigando o olhar
Um incenso de mirra
Um cartão ao ar livre
Um casebre de pau apique
Brotou no solo seco
Fecundou-se onde o solo trincou
Seu perfume tão marcante
Uma mistura no solo quente
Envolto na poeira
Ali sua força
Dá de cara com a guerra
Cada qual com sua garra
Para enfrentar o frio da noite
Na carcaça o envolto de purpurina
No peito o choro calando a dor
Somos guerriados por nossas lacunas
Feridos por nossa carne
Castigados pelo vaivém
Que não me falte a memória
Do ego o grito
Aplaudindo a força
Que existe dentro desse
Nobre coração.