Um corpo que cai
Se é um corpo este que cai
Sem nada que o segura;
Desfigura a face no bruto impacto
Cravando as unhas na figura
Em que mergulhou.
Oferta rosas e abraços
Às mentiras e seus traços
Se as pernas e braços estão quebrados
Como se sustenta algo
Que não é sustentado?
São risos tolos estes que cintilam
Daquele rosto fosco que rebobina
Uma história que parece estória
Sobre escória e suas memórias
E como parecem valsar;
Como brilham quando se tocam
E se fundem ao se abraçar
Tornam-se tão parecidas
Que sequer parecem distintas,
Tingindo de miséria
O que parecia intangível.