Perdas e Danos
Entre partidas de lugar algum
Parto-me em pequenos portos
Entre palavras que nenhum
Sentido tem, nem rostos.
Desfigurado pela dor intensa
Que corre como sangue pela vida
E em câimbras da propensa
Fraqueza alimentada e despercebida
Por uma distância assentida
Concedida como uma sentença
De um lago amargo da diferença
E águas escuras consentidas
Na luta de chegar e ser um
Troco-me de tudo até os sapatos
Buscando o lugar comum
De todos que com seus atos
Aumentam pobre e terna indiferença
Da realidade dura e lívida
Com determinada sentença
Como uma longa dívida.
Henrique Rodrigues Soares