UM MENINO SÍRIO
Vi ontem, meu Deus
Os assombros de uma barbárie
Sob escombros, entre cascalhos
Banhado em cal,
Banhado em sangue
Um menino sírio
Um menino sério,
Um menino lânguido
Branco como um lírio,
Triste como um desterrado de Sião,
Tão nublado, tão ausente,
Tão calado, tão impotente
Que faz a gente
Até sentir um nó,
E suspirar
E suplicar:
Até quando meu Deus?