Transformação (Carcaça)
Somos tudo e nada, multidão e solidão.
Somos às vezes certeza absoluta;
outras, porém, pura inexatidão.
Somos desatino e lágrima sufocada;
um sorriso escancarado, noutra ocasião.
Sim, somos corpos desalmados,
exigimos, o perdão sem merecer.
Se sentamos na praça com a alma enxuta,
aos trancos e barrancos, os revezes
para preparar com arte o sofrer,
põem em nossa carcaça um coração!
Expedito Gonçalves Dias (Profex)
*Este texto faz parte do livro "Serenas Provocações", do Autor. Pode ser compartilhada com a devida referência.