CORREDOR DOS AFLITOS
Há um canto no profundo da gente
Onde mora a dor e o desespero
O acre, o amargo, aziago tempero
O canto profundo vindo do peito
Onde cada grito tem seu pleito
onde ouvem-se os guizos e risos
Nervosos,
no interminável corredor dos aflitos
Onde ecoam todos os gritos d'alma
Onde jazem todos os nossos medos
Onde nos vestimos com os Arremedos
da carência que se nos então espalma
onde abrimos mão da nossa calma
Parte de nós sem ventura se acusa
calabouço da culpa, seu maior castigo
Pelos acontecidos, tido e havidos ido
enquanto outro lado sempre se escusa
Pelo o que não poderia ter sido ou havido
Querendo pra sempre ser um cativo