Arritmia
Toda envolta
Naquele meu espírito
Um tanto quanto selvagem
Ameaçador em reação
Bravo devido ao instinto
Sem contar mero ardor
Ele instiga alternativas
Ao passado injusto
Transforma em alegoria
O que já foi triste um dia
Sem vergonha ou ousadia
Esse corpo tomado
Pelado que faz supliciar
A sua incoerência de estar
Equivocado em certezas duvidosas
Embebido de estupidez e tão fugaz
Flagelados, esperneio
Não entenderam nada da vida!
Meu sexo vai além da ginástica
São mundos em estado
De combinada transcendência
Respeitadas singularidades
Conectados por etapas
De experimentação do real lúcido
Só desmascarado na loucura
Dos seus prazeres mútuos
Absorvidos, reavivados, energizados
Entenda de uma vez:
O sofrimento é por aquilo
Que se acha estar havendo
Não o que está posto de fato
É muito mais sobre isso
Então, não se desgaste
Não!
Amor foi feito para ser lapidado
Figurado em personalidade
Longe de pretender
Tornar-se amargo
Livre em alma, podado fora do raso
Do narcisismo tem alergia
Afinal, há algo
Mais superficial, além de tolo
Do que consumir-se consigo próprio?
São eles! Todos!
Eu também, mesmo sem querer
Hipócritas sim!
Para a intangível transigência
O conforto é tomar ciência
Desse silêncio que coabita
Traduz aceleradamente
Em descompasso
Frequência desmedida.