Arritmia

Toda envolta

Naquele meu espírito

Um tanto quanto selvagem

Ameaçador em reação

Bravo devido ao instinto

Sem contar mero ardor

Ele instiga alternativas

Ao passado injusto

Transforma em alegoria

O que já foi triste um dia

Sem vergonha ou ousadia

Esse corpo tomado

Pelado que faz supliciar

A sua incoerência de estar

Equivocado em certezas duvidosas

Embebido de estupidez e tão fugaz

Flagelados, esperneio

Não entenderam nada da vida!

Meu sexo vai além da ginástica

São mundos em estado

De combinada transcendência

Respeitadas singularidades

Conectados por etapas

De experimentação do real lúcido

Só desmascarado na loucura

Dos seus prazeres mútuos

Absorvidos, reavivados, energizados

Entenda de uma vez:

O sofrimento é por aquilo

Que se acha estar havendo

Não o que está posto de fato

É muito mais sobre isso

Então, não se desgaste

Não!

Amor foi feito para ser lapidado

Figurado em personalidade

Longe de pretender

Tornar-se amargo

Livre em alma, podado fora do raso

Do narcisismo tem alergia

Afinal, há algo

Mais superficial, além de tolo

Do que consumir-se consigo próprio?

São eles! Todos!

Eu também, mesmo sem querer

Hipócritas sim!

Para a intangível transigência

O conforto é tomar ciência

Desse silêncio que coabita

Traduz aceleradamente

Em descompasso

Frequência desmedida.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 07/01/2020
Código do texto: T6836126
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