O intangível
"Difícil fotografar o silêncio"
Já dizia Manoel de Barros,
Mas quando ele faz burburinho
E revira os sentidos
Toma uma forma própria
E reinventa significados!
Aí é fácil ver o "para além" sem palavras!
E no mais pra que usá-las
Se vira tanto entrave na coisa física?
O bom mesmo é a metáfora das coisas
Estas tão simples, tão complexas!
É comunicação de alma pra alma
Poesia e fotografia,
Coisa impalpável essa alegria em cores
De observância, nua e crua sensação.
Quase um bom pecado em ablação
Que retira o circuito elétrico inapropriado
E dá ao ser sonhos ternos e alados!
Fotografar o meu silêncio é coisa rara
De olhos finos em terra farta
Que com garra busca a farra da existência
E nem se dá conta que foi envolto por querências
E faz do enigma quase um vendaval!
Descrever um todo em poesia
É criar coisas, talvez alegorias
Que não se vêem, só se sente
E então confunde o vislumbrar
Dos que tem sentidos brutos
Pras coisas já lapidadas!