FILIGRANA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros 1 1 2020

FILIGRANA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil - Primeiro de Janeiro de 2020.

Nem sempre o que sinto é o que escrevo...

Atrevo-me a pensar, perco o poeta,

Poesia é amor em alto-relevo...

Desejo é só ânsia... incompleta.

Nem sempre o que escrevo é o que eu sinto,

Não minto - todavia - as emoções,

O amor é uma taça, o vinho...

tinto

É a transfusão do sangue das paixões.

Nem sempre o que me mata é o que me inspira,

Mas há, na minha dor, tanto sentido,

Que quando estou ferido, agindo a lira

Transformo em canção, o meu gemido.

Nem sempre o meu sempre é poesia,

O tempo fantasia a abstração...

O amor dilui a dor na alegria

E tudo flui em forma de emoção.

Meu sempre é ter, dentro da retina,

A luz que ilumina quem respeito...

O amor é uma doce bailarina

Que dança... cristalina... no meu peito.

O amor é sempre um sempre... e é tão bonito

Sonhar... com a ingenuidade de um menino,

Que crê que todo amigo é infinito

E é mais que um presente do destino.

Meu sempre é tão... singelo... e natural,

E o meu sorriso triste, tão... humano...

Que quando me maltrata algum... igual,

O meu amor se ri do desengano.

No fundo, tudo é fina porcelana

Que enfeita a solidão de uma estante,

O amor é muito mais que a filigrana

Que não precisa mais de um diamante.

Amar requer afeto... aceitação

E não um sentimento possessivo,

Que faz do egocentrismo, uma prisão

E a libertação me mantém vivo.

Meu sonho é real ou impreciso,

Porém nunca me encanta o desencanto...

Se choro, a semente do meu riso

Irriga-se no sal que vem do pranto.

O sempre é fugaz... o tempo corre

E escorre como o sangue em cada veia,

Mas minha esperança, que não morre,

Aguarda o diamante na bateia.

Porém o inequívoco anseio

De ter a inspiração brotando em mim,

Dilui meu sonho bom no que semeio

E afaga a brotação do meu jardim.

...

LUIZ POETA
Enviado por LUIZ POETA em 01/01/2020
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